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Lispector minha de cada dia.

Postado por Mayara Silva quinta-feira, 22 de julho de 2010 0 comentários


O rosto forte da autora que me inspira
        Quando sinto que o meu ciclo de pensamentos não flui com velocidade e coerência, recorro a ela. Não se pode apenas ler Clarice Lispector. Nem se consegue compreender suas metáforas, idéias e propostas apenas separando trechos de seus livros e passando os olhos em cima de seus escritos. Clarice é pra sentir. E ela compreende a alma tão a fundo que chega a doer. Quando enfim li a obra “A hora da estrela” (LISPECTOR, Clarice. Editora Rocco, 1977), pude notar o peso do livro que carregava nas mãos. Uma história densa, humanizada, que retrata o ontem e o hoje. Apaixonei-me pela torta trajetória de Macabéa, desde a primeira linha. Então, resolvi ler “Perto do coração selvagem” (LISPECTOR, Clarice. Editora Rocco, 1943). As palavras caminham naquelas páginas, e aquela história dá voltas na linha do tempo e da compreensão, a ponto de embaralhar a mente de leitores desavisados. Ela me inspira todos os dias, e a cada obra que descubro, julgo fantástica, brilhante, e assim acabo dando esse título a todas que leio. Mas a ucraniana erradicada no Brasil conseguiu me surpreender com a obra “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” (LISPECTOR, Clarice. Editora Rocco, 1969). A história narra a história da imperfeita Lóri , uma jovem que encontra sua personalidade ao se apaixonar por um professor de filosofia, que só a aceita depois que ela compreende quem realmente é, e que o mundo não gira em torno de suas próprias vontades. O desenrolar de suas histórias soa extremamente simples, mas possuem um peso e uma grandeza reservados apenas para os gênios. Atualmente estou lendo “Felicidade Clandestina” (LISPECTOR, Clarice. Editora Rocco, 1971). São vários contos reunidos, sobre diversos assuntos. Quero dizer, não são contos, porque segundo a autora, seus livros não se encaixam em gêneros, porque eles não interessam. Não interessam mesmo, Clarice. Você está acima deles, por isso não ousaria jamais a enquadrar.
“Eu não sou louco por solidariedade com os milhares de nós que, para construir o possível, também sacrificaram a verdade que seria uma loucura.”
(Menino a bico de pena - Felicidade Clandestina)

Felicidade Realista

Postado por MaySilva terça-feira, 13 de julho de 2010 0 comentários

"A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista."

Martha Medeiros.
Fragmento retirado do texto "Felicidade Realista".

Tiros em Columbine

Postado por Mayara Silva quinta-feira, 1 de julho de 2010 0 comentários




O trecho acima foi extraído do filme ‘Tiros em Columbine’ (Bowling for Columbine, 2002) de Michael Moore. O vídeo é uma breve explicação em desenho animado sobre a história do medo nos EUA. A descrição acima soaria até fofa, se não fosse cruel. O filme/documentário gira em torno da tragédia no estado do Colorado, mais precisamente na escola de Columbine High School. No ano de 1999, dois jovens munidos de duas escopetas, uma pistola semi-automática e um rifle de assalto de 9 mm assassinaram treze colegas e um professor, e logo depois se mataram. O filme trata do fascínio dos norte-americanos em possuir armas. Tiros em Columbine foi tão premiado quanto severamente atacado, até porque Moore critica abertamente seu próprio país, levantando a discussão sobre a violência a âmbito mundial.